Seus olhos foram baixando ao passo que a porta do elevador se fechava. Pode vê-lo ainda relance antes do estalo mas, logo em seguida, encarava seu reflexo distorcido na superfície metálica fosca.
O sorriso da noite passada era como a tal, passado. Tinha desaparecido sem vestígios. Trazia uma expressão tão triste e desamparada que não conseguia mais encarar a si mesma. Fixou-se em algum ponto do teto e lá ficou a pensar.
Tivera, ao todo, 45 minutos com ele e sabia que maior seria o tempo que passaria sem. Sentiu a garganta fechar e conheceu o que estava por vir. Derramou então aquelas lágrimas, as 5, compassadamente, silenciosamente...
Quando chegou ao térreo, já trazia os óculos no rosto e julgava-se 'bem', mas ainda não podia sorrir.
O segundo andar nunca esteve tão longe.
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Óculos sempre ajuda a disfaçar.