Teceu dias tão longos que perdia a conta dos segundos. Emaranhados em uma infinda linha, eles atropelavam-se, confundiam-se para depois só acontecerem e sucederem-se e substituírem-se.

Queria as horas todas vermelhas daquela ausência. Sentada na cadeira rota do terraço, admirava o grande apartamento lá fora pela janela de seu mundo. A cortina esquivava-se da brisa setembrina, de birra só.

E vinha o silêncio todo se desfazendo em melodias pelo chão da sala, mordendo-lhe os calcanhares até a cozinha. Encheu-lhe toda a casa, toda a vida. Contavam-se estórias, histórias. Esperam-lhe juntos para o ano ou para os próximos segundos.

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