Borboleteou-se toda para vê-lo aquele dia. Eram tantas formiguices, cigarrices e besoreios até que a hora chegasse. Camaleônico, ele bateu à porta e ofereceu-lhe o braço. Foram lagarteando pelas ruelas da cidade baixa.
E era tanta conversa gafanhotesca, tanto suspiro joanhinzento que a morcegada olhava como que censurando, como que invejando aquela passaranhisse.
Foram achegando-se um no outro. Pareciam querer colocar os juízos a beijar-se. Terminaram por aranhar-se sob um lençol branco de lua que vinha, abelhuda, por trás das nuvens, espreitar.




Quadro de Romero Brito





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One Response so far.

  1. Liv. says:

    vamo lagartear por aí? ;D

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