Saí no último domingo e te deixei a porta aberta.
Já era quase segunda-feira e eu queria mesmo que fosse sábado ou quem sabe sexta.
Há dias em que a vida cabe nas palavras que te posso dizer ao ouvido
E outros em que faltam braços para envolvê-la.
Os minutos estão todos se espreguiçando.
As pessoas arrastam-se nas calçadas como se o céu estivesse pesado demais.
Escrevo-te duas ou três palavras nas linhas da mão esquerda
Para que sempre te lembres que eu lembro
Passaram-se não sei quantos tempos.
Devem até ter construído outras estradas e aberto o mar outras vezes,
Mas ainda tens o cheiro que eu queria sentir agora.
Saí na última segunda-feira e te deixei a porta aberta.
Já era quase sábado e eu queria mesmo que fosse sexta
Ou quem sabe domingo.
Há dias em que nos braços cabem as palavras que posso te dizer ao ouvido
E outros em que faltam vida para envolvê-las.
Mas todos os dias são dias perfeitos para te amar.