"Escreve pra mim". Ela pedia insistentemente, incansavelmente. Não tinha nada que ambicionasse mais que ser musa. Enchia-lhe os olhos e o peito as obras dedicadas a amantes, amadas e desejadas.
"Escreve pra mim". Beijava-lhe o pescoço e as mãos. Encarava-lhe como que mendigando a homenagem apoiado em seus joelhos. Ou sugeria maliciosamente enquanto confundiam os corpos no chão da sala.
Chegou naquele dia e não a encontrou no lugar habitual, com as pernas cruzadas na ponta esquerda do tapete. Estava no quarto, ao lado da mesa de trabalho. Entregou-lhe a caneta, deitou-se na cama.
"Escreve em mim?"
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